Durante o curso para exorcistas que está sendo realizado em Roma esta semana, o Cardeal italiano Mauro Piacenza explicou a estratégia que o demônio e o mundo usam contra a Igreja.

Na introdução do curso promovido pelo Instituto Sacerdos, entre os dias 13 e 18 de abril na Universidade Europeia de Roma, o Penitenciário Mor da Igreja Romana explicou que “os meios operados pelo demônio para resistir à onipotência de Nosso Senhor Jesus Cristo se evidenciam como os mesmos meios que o ‘mundo’ usa contra a Igreja há dois mil anos”.

No texto enviado ao grupo ACI, o Cardeal assinala alguns destes meios: “o silêncio diante das exigências da verdade, da justiça e da infinita misericórdia de Deus, quando estas não são relativizadas, negadas, ofendidas ou distorcidas, reivindicar de modo irresponsável direitos inexistentes seja em relação à ordem da natureza, seja em relação à graça”.

O Cardeal italiano disse ainda que outros meios são “atacar com a mentira os filhos de Deus e, de modo particular os pastores da Igreja, tentando debilitar o anúncio luminoso da verdade da criação e da salvação, justificando-se com um falso ‘respeito humano’, empunhado como escudo contra o poder purificador da oração, da verdade da Encarnação do Verbo e a exigência de recapitular todas as coisas em Cristo”.

O Penitenciário Mor da Igreja afirmou que “uma boa batalha da fé, que vê no ministério do exorcismo um âmbito de particular intensidade, realiza-se vivendo em austeridade e amor, sabendo que Satanás é o ‘inimigo do gênero humano’ para que desta maneira possamos servir a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, com a gratidão e a certeza próprias do povo dos redimidos”.

Sobre a divisão no mundo por causa do pecado, o Cardeal italiano disse que isso atualmente se translada em “termos de desorientação doutrinal e moral, comprometendo assim o destino eterno das pessoas” o que “é visível e portando ‘identificável’ justamente no ministério do sacerdote exorcista quando, especialmente no caso da possessão, o demônio mostra a própria deliberada e ‘irretratável’ vontade de matar ou possuir, de enganar e roubar, de humilhar e ofender”.

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O Cardeal Piacenza afirma deste modo que a divisão que se origina no mal também podemos ver claramente no mundo ocidental secularizado “em todos os ambientes e níveis sociais” inclusive “dentro de um grupo eclesial”, algo que “goza de todo o apoio de vários e poderosos meios de comunicação que geram, sem nenhuma restrição, uma cultura mais anti-humana e portanto profundamente anticristã”.

O pecado e o mal, explicou, são “obra do diabo, é mortífero e degradante da natureza humana. Ocasiona a separação do ser humano com Deus. É a divisão na qual o demônio ‘homicida desde o começo (...) mentiroso e pai da mentira’ ingressou irremediavelmente, idolatrando-se e afirmando-se desesperadamente contra o Deus Absoluto e a Sua santíssima vontade”.

Com essa divisão o ser humano, “é subtraído do poder unificador da verdade, separado da verdade fundamental do seu próprio ser: em sua relação com Deus criador e redentor. Fazendo que o homem seja escravo destas pequenas realidades que, em comunhão com Deus, está convidado a governar e a orientar ao serviço do Reino de Deus”.

Depois de exortar os sacerdotes, especialmente os exorcistas, a viver uma intensa vida de oração a exemplo da Virgem Maria, tendo como centro o mistério da Eucaristia e a Reconciliação, o Cardeal se referiu à postura de muitos cristãos que acreditam que podem alcançar a salvação de distintos modos. O purpurado disse a respeito disto que “Deus nosso Pai não pensou em Cristo como um ‘redentor facultativo’ quase opcional, senão (...) como um salvador substancial e insubstituível. O Plano de Deus criador não é esquizofrênico: tudo está unificado em Cristo, em quem subsiste todas as coisas”.

“Jesus é então o Salvador indispensável para todos os homens sem exceção”, concluiu.